Por Thiago Uchoa, Arquiteto de Soluções da Service IT
Os benefícios financeiros e de produtividade associados à adoção de um ambiente de várias nuvens são bem conhecidos. Porém, as infraestruturas multi-cloud são complexas, com muitos provedores e termos de serviço distintos. Ao trabalhar com várias nuvens, sem a utilização do gerenciamento de custos apropriado, a probabilidade de gastos aleatórios e imprevisíveis é grande.
O ditado popular “o barato sai caro” se aplica bem quando se trata de pagamento por consumo em ambiente de nuvem. É por esse motivo que a disciplina FinOps – acrônimo para Operações Financeiras em Nuvem – virou febre nos últimos anos, colocando a gestão de custos de nuvem como prioridade nas empresas.
Embora, inicialmente, a nuvem em si tenha custos relativamente baixos quando a comparamos com o modelo on premise, mover as cargas de trabalho e lidar com vários provedores pode ser complicado. Trabalhar com orçamentos muito severos também não é o caminho a seguir com várias nuvens, já que recursos vitais como gerenciamento, monitoramento e segurança não devem ser deixados de lado simplesmente para cortar custos.
Portanto, para implementar o FinOps, é preciso que a empresa esteja aberta para uma mudança cultural, onde o novo modelo propõe a colaboração entre as diversas áreas necessárias para manter o ecossistema da nuvem eficiente e viável, com equipes multifuncionais trabalhando juntas para uma entrega rápida e controle financeiro e operacional.
Um planejamento inicial cuidadoso é necessário para um gerenciamento eficaz de custos nuvem. Todas as opções disponíveis devem ser avaliadas a fim de se escolher uma arquitetura de nuvem que seja mais adequada, priorizando e migrando as cargas de trabalho que obterão os maiores benefícios. Não se deve elevar nada para a nuvem, sem uma avaliação minuciosa do que realmente é necessário migrar. O planejamento e a avaliação inicial garantirão que a empresa tenha custos otimizados desde o primeiro dia. E, assim, evitar dores de cabeça no futuro e rombos no orçamento da empresa.
É essencial entender os padrões de demanda de trabalho para arbitrar custos entre os provedores e aproveitar os serviços de maneira eficaz. Por exemplo, na nuvem, o armazenamento elástico pode ser mais econômico com um provedor do que outro, cujo preço de CPU pode ser mais barato, porém, não o mais indicado. Também é importante entender quais recursos, como serviços ou ferramentas de terceiros, são necessários para acomodar as cargas de trabalho na nuvem. Em alguns casos, pode ser mais eficaz escolher um provedor de infraestrutura básica ou até mesmo manter um ambiente interno existente.
As empresas, frequentemente, implantam componentes de aplicativos em vários ambientes de nuvem de acordo com os requisitos de negócios. No entanto, essa abordagem, quando feita sem considerar suas implicações, pode levar a custos mais altos. Portanto, usar fluxos de trabalho e a correlação de aplicativos em conjunto com os requisitos de negócios pode reduzir os saltos de dados entre as fronteiras da nuvem.
As plataformas de nuvem oferecem a oportunidade de aumentar e diminuir os recursos sob demanda, de acordo com a escalabilidade utilizada, mas isso só oferece benefício de custo se a utilização for gerenciada de forma eficaz e os recursos subutilizados forem evitados.
Por fim, o gerenciamento de custos de várias nuvens deve ser tratado como uma iniciativa contínua e perene. A gestão multi-cloud eficaz leva tempo e planejamento adequado para garantir a adesão de todas as unidades de negócios e equipes, especialmente das áreas de tecnologia e finanças. As empresas que entendem essa necessidade e se esforçam para alinhar os custos da nuvem aos principais indicadores de desempenho da empresa, conseguem o alinhamento e a expectativa necessárias para alcançar o buscado “fazer mais com menos”. E o FinOps é a chave.